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Como investir no tesouro direto [Dicas essenciais]

Como investir no tesouro direto [Dicas essenciais]

Saiba quais são os benefícios desse ativo à sua carteira e como investir.

Escrito por Gustavo Rocha

Em 25/05/2022 14:58

O mundo dos investimentos oferece uma grande diversidade de aplicações. Cada uma exerce uma função em sua carteira. É como se fosse um time de futebol. Não faz sentido exigir que o zagueiro seja o artilheiro do time, certo? Afinal, a principal atribuição dele é defender seu gol contra os ataques do time adversário.

O mesmo raciocínio vale quando o assunto é sua carteira de investimentos. Nela pode haver ativos cuja função é mais ofensiva, isto é, mais voltada a conseguir maiores rentabilidades. Neste grupo se encaixam as ações, os fundos imobiliários, os ETF’s, os fundos de ações, as opções e até as criptomoedas, por exemplo. Aliás, aqui mesmo no Dólar Turismo você já pode conferir um artigo sobre como começar a investir em ações e sobre o que são e como comprar criptomoedas.

Da mesma forma, na sua carteira pode haver investimentos menos rentáveis, mas que trazem mais segurança e previsibilidade. Estes se enquadram no grupo de ativos de renda fixa. Exemplos são os títulos do Tesouro Direto, programa da Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil, lançado em 2002 em parceria com a Bolsa de Valores (B3).

O texto abaixo é uma ótima oportunidade para você saber mais sobre essa modalidade de investimento. Logo de cara te damos uma boa notícia, para você ingressar com o pé direito: bastam apenas R$ 30 para começar! Dólar Turismo te traz tudo que você precisa saber sobre Tesouro Direto. Confira!

  • O que é o Tesouro Direto?
  • Para que serve o Tesouro Direto?
  • Quais são os títulos do Tesouro Direto?
  • Como investir no Tesouro Direto?
  • É possível simular a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto?
  • É necessário pagar imposto e taxas ao se investir no Tesouro Direto?
  • Quais os erros a se evitar ao investir em Tesouro Direto?
  • Quais os riscos de investir em Tesouro Direto?

O que é o Tesouro Direto?

Nada mais é que um empréstimo que você faz ao governo federal. O Estado usa esse dinheiro para arcar com o Déficit Orçamentário Geral da União e a Dívida Pública Federal. Resumindo e simplificando, é para quitar todos os gastos com obras públicas, salários de funcionários concursados, programas de assistência social, importações, infraestrutura, propaganda, defesa militar, etc.

E como esse empréstimo entre você e o governo fica registrado? Mediante a emissão de um título, isto é, uma espécie de contrato. O conceito é bem simples. O Estado emite títulos de Tesouro Direto, com valores, taxas e vencimentos determinados por ele. Você os compra. Ele então usa esse dinheiro para arcar com suas despesas. Após certo tempo, você recebe o valor de volta, agora acrescido de juros.

Como todo empréstimo que se preze, ambas as partes precisam estar de acordo com os detalhes e condições. Qual é o valor mínimo que pode ser emprestado? Qual será a taxa de juros atrelada ao título em questão? Qual é o prazo de devolução do dinheiro?

Pode deixar que Dólar Turismo vai te ensinar todos esses detalhes daqui a pouco. Antes disso, é bom falarmos sobre a utilidade do Tesouro Direto e as vantagens de se investir nele. Acompanhe o raciocínio.

Para que serve o Tesouro Direto?

Vamos voltar àquela analogia do início de nosso texto. Um time de futebol tem 11 jogadores. Cada um tem uma função. O goleiro impede que a bola entre no seu gol, o zagueiro precisa roubá-la dos adversários na defesa, os laterais ajudam na defesa e no ataque, os meias armam as jogadas ofensivas para que os atacantes fiquem em condições de marcar gols, e assim por diante. Você deve encarar sua carteira de investimentos de maneira parecida. Você é o técnico. Afinal, é você quem escolhe quais ativos adicionar.

Em um primeiro momento, o Tesouro Direto te serve como uma espécie de zagueiro, de defensor. Ele ajuda a proteger sua carteira contra as inevitáveis, imprevisíveis e periódicas oscilações do mercado financeiro. Isso fica ainda mais claro quando o título tem rendimento atrelado ao IPCA+, isto é, à inflação oficial.

O Tesouro Direto é o investimento ideal se seu objetivo for viajar, comprar um carro ou uma casa, financiar um curso ou até mesmo montar um pezinho de meia para a aposentadoria. Em outras palavras, ele serve para gastos a curto, médio e longo prazo. Afinal, trata-se de um ativo de renda fixa, garantido pelo Tesouro Nacional, com prazo de retorno e rentabilidade já previamente estabelecidos.

É válido dizer que você tem a opção de resgatar seu investimento antes do prazo de vencimento do título. Trata-se de algo não recomendado, claro, mas que está à sua disposição caso necessário. Fato é que investir no Tesouro Direto torna sua carteira mais imune às oscilações da economia, isto é, mais sólida e estável.

Quais são os títulos do Tesouro Direto?

Prepare-se para uma pequena sopa de letrinhas e números. Fique tranquilo que não é nenhum bicho de sete cabeças. O Dólar Turismo vai simplificar ao máximo para você. Os títulos do Tesouro Direto se dividem em pós-fixados e pré-fixados.

Primeiro o Tesouro Selic, o mais simples. Como o próprio nome já sugere, a rentabilidade deste título é determinada pela Selic, a taxa básica de juros da economia do país, suscetível a sofrer variações conforme as reuniões do COPOM, o Comitê de Política Monetária, órgão subordinado ao Banco Central. Por isso, é correto afirmarmos que o Tesouro Selic é um título pós-fixado.

Atualmente você conta com duas opções: Tesouro Selic 2025 e 2027, com vencimento em março dos respectivos anos. A rentabilidade é a Taxa Selic + 0,1318% e Taxa Selic + 0,1740%, respectivamente. O investimento mínimo está na casa dos R$ 116.

Outro exemplo de pós-fixado é o Tesouro IPCA+. Sua rentabilidade será a inflação oficial do período mais uma taxa fixa. O investimento mínimo está na faixa dos R$ 30 a R$ 40. Atualmente os títulos disponíveis são Tesouro IPCA+ 2026 (inflação + 5,52%), Tesouro IPCA+ 2032 (inflação + 5,65%, com juros semestrais), Tesouro IPCA+ 2035 (inflação + 5,72%), Tesouro IPCA+ 2040 (inflação + 5,69%, com juros semestrais) e Tesouro IPCA+ 2045 (inflação + 5,72%).

Por último, os pré-fixados. São eles: 2025 (12,66%), 2029 (12,62%) e 2033 (12,73%). O investimento mínimo está na faixa dos R$ 35. O rendimento destes títulos já está estabelecido. Ou seja, se você aplicar R$ 100 no Tesouro Pré-fixado 2025, irá receber um retorno bruto de R$ 100 mais 12,66%, logo, R$ 112,66. O rendimento líquido será um pouco menor que este, por conta dos impostos.

Não se preocupe tanto com essas siglas, taxas e números. O mais importante é absorver o conceito, isto é, a natureza em si de cada um dos títulos e como estes podem ser úteis à sua carteira.

Como investir no Tesouro Direto?

Basta você ter conta em um banco ou corretora. Por meio do site ou aplicativo da instituição, você já pode começar a comprar seus títulos do Tesouro Direto.

É possível simular a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto?

Sim! Você pode usar a Calculadora do Tesouro Direto para você fazer simulações. É uma excelente ferramenta. Com ela você pode ter uma ideia mais clara de quanto irá receber após o vencimento do título, bem como de quanto será recolhido em impostos pelo próprio governo.

Você também pode simular com base no valor que já tem para investir, no quanto quer receber ao final do vencimento e até em quando quer recebê-lo. A plataforma te sugere a melhor opção de título de acordo com sua necessidade. Por exemplo, você quer comprar um carro novo daqui a no máximo três anos. O automóvel está avaliado em R$ 80 mil. Você já conta com R$ 20 mil. Basta informar esses valores à calculadora. Ela irá apresentar o título que melhor se enquadra nesse cenário simulado.

É necessário pagar imposto e taxas ao se investir no Tesouro Direto?

Sim e não. O governo vai te cobrar imposto sobre seu rendimento e algumas taxas, mas fique tranquilo. Você não terá que contratar um contador para informar esse ganho em sua próxima declaração de imposto de renda.

Isso porque os impostos e taxas do Tesouro Direto são recolhidos diretamente na fonte. Em outras palavras, o valor líquido que você irá receber já vem descontado.

Os impostos são regressivos. O que isso significa? Significa que o valor a ser recolhido pela Receita varia conforme o tempo passa. Se você resgatar seu título em até 180 dias, terá que pagar 22,5% do rendimento. Se resgatar entre 180 e 360 dias, terá que pagar 20% sobre o lucro. Entre 361 e 720 dias, 17,55% e, finalmente, após 720 dias, 15%. Além dos impostos, você terá que arcar com a taxa de custódia, que atualmente corresponde a 0,20% do total investido.

Quais os erros a se evitar ao se investir em Tesouro Direto?

Bom, abordamos o primeiro e principal erro em um dos parágrafos acima. Trata-se do resgate do valor antes do vencimento do título. Para usufruir de toda a rentabilidade prometida no momento da compra do ativo, o ideal é aguardar o prazo acabar. Só assim para você receber o maior valor possível.

Ao pesquisar mais sobre títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, certamente você vai esbarrar com o conceito de “marcação a mercado”. Trata-se da possibilidade de comprar estes títulos e vendê-los posteriormente, caso venham a se valorizar.

Dólar Turismo recomenda que você não se atente muito a este detalhe por enquanto. Marcação a mercado é um conceito complexo, que exige mais experiência e conhecimento por parte do investidor. Como você está começando, o ideal é fazer o feijão com arroz, mesmo, isto é, simplesmente comprar (ou ir comprando periodicamente) títulos do Tesouro Direto e aguardar seus vencimentos. É o mais sensato e prudente a se fazer.

Outro erro a se evitar é investir em um único título do Tesouro Direto. O ideal é aproveitar as opções que a plataforma oferece. Imagine que você aplicou somente no Tesouro Pré-fixado 2025, cuja rentabilidade anual é de 12,66%. Ok, mas a inflação dos próximos três anos atingiu patamares superiores a esse. Logo, na prática seu dinheiro até rendeu, mas abaixo da inflação. No fim das contas, você terá perdido poder de compra.

Outro exemplo pode ser o cenário inverso. Você comprou somente títulos IPCA+, com vencimento em 2026. Ok, mas a inflação do período foi baixa, menor que 3%. Você poderia ter ganho mais se tivesse investido no Pré-fixado 2025, com rentabilidade de 12,66%.

Resumindo, o ideal é, sim, aplicar nos pré-fixados, mas também nos títulos atrelados à Selic e ao IPCA+. Assim você usufrui das vantagens de todos eles, deixando sua carteira mais sólida frente aos cenários futuros da economia do país.

Quais os riscos de se investir em Tesouro Direto?

Olha, essa é uma das principais vantagens desse ativo. Qual o risco? É quase zero. E por quê? Porque você está emprestando para o governo, nada mais, nada menos que o dono da impressora de moeda do país.

A chance de um calote é quase nula. Como se não bastasse o fato de seu credor poder imprimir dinheiro para te pagar, o Tesouro Direto é um ativo de renda fixa protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, na pior da pior da pior das hipóteses, o FGC irá te devolver o dinheiro com juros no caso de o governo não conseguir honrar a dívida.

Todo bom time de futebol começa por um bom goleiro e uma defesa sólida. O raciocínio é o mesmo quando o assunto é investimentos. Não se pode esperar grandes ganhos e rentabilidades dos títulos do Tesouro Direto. Não são essas as funções deles. Eles servem, isso sim, para trazer maior segurança, solidez e previsibilidade à sua carteira.

No fim das contas, sempre vigora uma das principais máximas do mundo dos investimentos: “só a diversificação salva”. Claro que você deve respeitar seu perfil de investidor, seja ele conservador, moderado ou arrojado. Agora, de qualquer forma é válido seguir uma mínima diversificação na hora de escolher seus ativos. Nunca coloque todos os ovos em um mesmo cesto.

Esse é um manual bem resumido sobre o Tesouro Direto. Volte aqui quando tiver qualquer dúvida básica. O Dólar Turismo espera ter te ajudado a ingressar com o pé direito nessa modalidade de aplicações. Bons investimentos!

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